Objetivos do guia, motivação e objetivos.
Esta guia é o resultado de um projeto colaborativo entre a Red Latinoamericana de Reproducción Asistida (REDLARA) e a Universidad Diego Portales, Chile (UDP).
Essa plataforma virtual tem o objetivo de fornecer aos profissionais e às pessoas inférteis ou com problemas reprodutivos, que estão no processo de realizar algumas das tecnologias de reprodução assistida (TRA), informações cientificamente validadas que possam orientá-los na tomada de decisões terapêuticas.
As informações contidas nessa plataforma são o resultado de uma análise rigorosa de “Big Data” extraída do Registro Latinoamericano de Reproducción Asistida, que vem coletando, analisando e relatando os resultados das técnicas de reprodução assistida realizadas na América Latina há 33 anos. As diretrizes terapêuticas são baseadas na análise de mais de 1.300.000 ciclos de TRA e 300.000 nascidos vivos na América Latina.
O Registro Latinoamericano (RLA) foi iniciado em 1990 como o primeiro registro regional do mundo, começando com 19 centros em 9 países. A curva vermelha representa o número de centros participantes e as barras azuis o número de ciclos de tratamento de reprodução medicamente assistida (TRA) informados ao RLA por 16 países da região. A queda no número de centros e procedimentos em 2020 corresponde ao período da pandemia de COVID-19, que, como pode ser visto, teve uma rápida recuperação.
Figura 1: Registro Latinoamericano de Reproducción Asistida RLA 1990 – 2021
A figura 2 mostra o número total de nascidos vivos de ART por país entre 1990 e 2021. Os valores entre parênteses correspondem à proporção de nascimentos com TRA em relação ao total de nascimentos com TRA de América Latina.
O banco de dados a partir do qual construímos nossos dados, e que usamos para tirar conclusões, corresponde a um total de 1.300.000 ciclos iniciados de TRA e o nascimento de 296.439 nascidos vivos.
Figura 2. Número de nascidos vivos por TRA na América Latina 1990 y 2021
Conforme a Figura 3, do número total de nascidos por TRA na América Latina entre 1990 e 2021, 38,9% são de tratamentos ICSI, 10,5% de FIV etc. A alta proporção de nascimentos por doação de óvulos (19,6%) é maior do que os dados mundiais (aproximadamente 11%). Isso tem a ver com uma tendência progressiva de adiar o início da gravidez em uma grande proporção de mulheres na América Latina. Também é influenciado pelo fato de que, na maioria dos países, os estados não contribuem ou contribuem muito pouco para o financiamento desses tratamentos, o que também atrasa o acesso a eles.
Figura 3. Informação existente após 32 anos de TRA na América Latina, 1990-1991